
Na semana passada escrevi sobre “investimentos” Humanos.
Neste artigo vou tentar fazer uma relação entre os mesmos e os ”recursos” tecnológicos.
Tal como mencionado no artigo do passado dia 15, “uma pessoa boa e um bom algoritmo, é muito melhor do que a melhor pessoa e o melhor algoritmo por si mesmo”, sem nos podermos esquecer da necessidade de garantir que será sempre a Humanidade a usar a tecnologia e nunca o contrário. Só assim será possível escapar à chamada “ditadura do algoritmo” em segurança.
E a segurança parece ser mesmo a prioridade, também do lado das instituições.
Um exemplo, no mercado de trabalho a tecnologia domina cada vez mais, só que no momento de contratar (sendo esta a responsabilidade mais importante de qualquer líder ou gestor), a aptidão mais valorizada é para as competências emocionais, sendo a empatia a mais importante, e isto um “recurso” não o consegue fazer.
“O Twitter é um dos meios mais rápidos e eficientes de comunicação, mas jamais transmitirá a intensidade de um olhar” Osmar Valentim
Podemos e nalguns casos devemos, “delegar” muito nos “recursos” tecnológicos, essa ajuda fantástica dos “investimentos” Humanos, sem nos esquecermos que delegamos tarefas e não responsabilidades, sem nos esquecermos, que sempre que usamos os tecnologias, para nos guiar numa decisão, numa escolha ou na interpretação do sentimento de alguém, essa decisão nos pode sair bem cara.
Quanto mais deixamos que as máquinas pensem por nós, menos por nós pensamos, o que pode significar um penoso retrocesso.
O que os “recursos” tecnológicos tentam fazer, é conectar um modelo padronizado de uma realidade previsível, só que isso não existe, tal como não existem pessoas iguais num mundo surpreendente.
Os “recursos” deixam de fora tudo aquilo que não pode ser medido, e que é afinal tudo o que conta.
Temos grandes “investimentos” Humanos, talentos de inovação e exploração, coragem para inventar, errar, reinventar e voltar a tentar.
Quanto menos sabemos do futuro mais precisamos dos “investimentos” Humanos, desalinhados e imprevisíveis que em equipa com “investimentos” com experiência, e apoiados nos recursos tecnológicos, façam as coisas acontecer.
A quantidade desses “investimentos” Humanos, talentos que podem emergir nas mais diversas áreas, que precisam de ser formados e acompanhados, de modo que possam progredir, inventar, reinventar e inovar, é uma mais valia Humana que os “recursos” podem e devem acompanhar.
Porque temos coragem e ideias para explorarmos em novas áreas de negócio, porque temos competências a aperfeiçoar e a desenvolver, porque temos uns “recursos” como parceiros, podemos encarar e “pegar” o futuro.