
Factos são factos.
O mundo vai ficar mais “maduro”, no sentido em que as novas realidades vieram para ficar, os esforços vão tocar a todos, mesmo aqueles que até há poucos meses julgavam ser intocáveis.
Infelizmente algumas empresas ficam pelo caminho, umas porque tinham já morte anunciada e andavam a protelar o seu destino, outras porque a pandemia assim o ditou. São momentos muito dolorosos, em que as pessoas se tem de reinventar.
É duro muito duro, mas a capacidade humana tudo suporta, e nunca existiu crise que não tenha sido debelada.
O teletrabalho veio demonstrar aquilo que já tínha assinalado: as empresas vão redimensionar-se, vão tornar-se mais “inteiras”, mais francas e objectivas.
Em tempos de confinamento e teletrabalho, cada um gere o seu tempo como mais lhe aprouver, no meu caso, com desporto diário, muita leitura e alguns webinar, em que testemunhei como as pessoas em teletrabalho são mais objectivas
As reuniões demoram menos tempo, os assuntos não deixam de ser resolvidos, existe um maior poder de delegar tarefas para obtenção de resultados.
Posto este facto, em que os assuntos continuam a ser resolvidos, em que nalguns casos a rentabilidade dos negócios até sobe, e podendo as empresas pouparem uns bons dinheiros em instalações e manutenção em deslocações e consequentes despesas e em tempo, qual a razão para voltar atrás?
Não vão deixar de existir reuniões e actos pessoais, não se vão admitir ou dispensar pessoas só por internet, agora que vamos cada vez mais servir-nos desses mesmos meios como complementares ao nosso trabalho, esse é um facto indesmentível.
As empresas vão ter um maior grau de previsibilidade de se adaptarem às circunstancias, de flexibilidade e de estratégia.
Na sua sobrevivência vão reduzir custos, vão olhar para o futuro preparando-se para avaliar as condições do novo ambiente, de modo que possam adaptar uma estratégia de crescimento, assim que terminar esta fase.
Em 2013 trabalhei como consultor numa grande empresa que vivia, freneticamente. Os elevadores sempre cheios de pessoas com computadores debaixo do braço, apressadas para as reuniões sem tema, que quando interpeladas a expressão mais utilizada era “não tenho tempo”. Que canseira……e sem objectivos.
Precisei de falar para essa mesma empresa há poucos dias e notei que as pessoas não respondem, não retornam chamadas, não respondem a mails, continuam muito importantes. Não faz sentido exemplos destes continuarem porque o mercado não vai tolerar, as pessoas (porque as empresas são feitas por pessoas) tem de ter o sentido da prestabilidade objectiva com uma grande dose de humildade.
Jeff Bezos da Amazon, diz que “a Amazon não é demasiado grande para falir, e a chave para prolongar a sua vida é manter a sua empresa focada nos clientes, em vez de estar apenas a olhar para dentro”.
Isto leva-nos a factos para os quais deveriamos estar mais despertos, que são as leis de trabalho em Portugal. Como exemplo, no MIT (massachusetts institute technology, uma das mais credenciadas instituições de ensino do mundo) um professor tem um período de adaptação de sete anos para saber se fica na escola, aqui fala-se que temos um período experimental de 90 dias. As leis de trabalho na minha opinião devem ser revistas, as pessoas não se podem acomodar, todos os níveis hierárquicos tem de sentir que o seu desempenho profissional é ao segundo porque só assim as pessoas e as empresas são motivadas e competitivas.
E é neste ponto que o Estado terá de dar exemplo. Afinal são cerca de 12% da população activa em Portugal, que está acomodada.
Existem óptimos trabalhadores que não são premiados, devido à inoperância da “máquina” que se desmotivam e passam para o lado dos acomodados, as hierarquias sem qualquer mérito, os direitos sem obrigações, etc, etc.
Alvin Toffler escreveu em 1980 no seu livro,” A Terceira Vaga: “Integrar uma única empresa, ou até toda uma indústria, era apenas uma parte do que tinha de ser feito. A moderna sociedade industrial criou uma infinidade de organizações, de sindicatos de trabalhadores e associações comerciais, escolas , clinicas e grupos recreativos, tendo todas elas de funcionar dentro de um quadro de normas previsíveis. Eram necessárias leis. Acima de tudo, a infosfera, a sociosfera e a tecnoesfera tinham de ser alinhadas umas com as outras.
Desta necessidade imperiosa de integração de civilização da segunda vaga, emergiu o maior de todos os coordenadores, o motor integracional do sistema: o governo grande. É a fome do sistema por integração que explica a implacável ascensão do governo grande.
Ergem-se, repetidamente, demagogos políticos a reclamar governos mais pequenos. No entanto, uma vez no cargo esses mesmos lideres expandiam em vez de contrair o tamanho do governo.”
A competitividade é muito exigente, óptimo, errámos temos de refazer os projectos, força, ainda não chega, mais força, a satisfação de realizar objectivos e colocar novas metas é fantástico e reconfortante.
Neste sentido tem de existir um líder tem de ser positivo mas exigente, tem de ser duro com os assuntos e compreensivo com as pessoas, tem de se rodear de pessoas melhores que ele, tem de gerir por mérito, comunicando de forma justa humana e assertiva, tem de liderar pelo exemplo.