
Desculpem ser realista.
Os empresários que vejam e sintam que não tem hipóteses de as suas empresas sobreviverem e vingarem, tomem a decisão dura, muito dura mas fechem, não eternizem o sofrimento conjunto seu e das pessoas que consigo trabalham. Não acreditem nas proclamadas e anunciadas “ajudas” do estado, que tarde ou nunca chegam, fala quem por essa situação já passou em 2008 / 2009. É duro, não muito duro, mas só quando o tormento se desapodera das pessoas, se consegue abrir a mente para outras realidades, e refazer a vida. Não se procrastinem.
Apenas ao testarmos as nossas ideias, e ao sujeitá-las ao fracasso, é que conseguiremos abrir caminho para o crescimento.
Existem múltiplas razões para as empresas fecharem. Façam uma análise e vejam em que estado se encontra a vossa empresa;
– Excesso de confiança resultante do êxito, ter as expectativas demasiado altas, esperar que o futuro continue o presente, sem inovação e comunicação ineficaz, espalhamo-nos ao comprido;
– A procura desenfreada do mais o que nos deixa menos autênticos com as pessoas, processos e concorrência. É sempre bom recordar que ser grande não é sinónimo de excelência e vice versa;
– A refutação de riscos e perigos, o que leva a falta de compromissos com a estrutura interna, stakeholder e clientes. Falta de transparência operacional o que prejudica as vendas e cria desconfiança nas suas equipas;
– Falta de motivação da equipa por falta de avaliação das pessoas ou ineficiente comunicação das mesmas. A avaliação e os resultados tem de ser o principio condutor, não é por se trabalhar mais horas que se é mais produtivo;
– Falta ou escassez de clientes;
– Custos estruturais desmesurados;
– Dificuldades na gestão do cash-flow;
– A terrível luta pela salvação;
– ……………….
As empresas vão sair desta situação mais “enxutas”, e com um maior grau de complementaridade entre humanos e meios informáticos, disso ninguém tem dúvidas.
Agora vai deixar de haver lugar para as pessoas sem opinião, sem coluna vertebral. Um trabalhador medíocre, é difícil de se mandar embora, no entanto está a ocupar um lugar que poderia ser de alguém brilhante.
Quando se está no topo do mundo, quando se gere a empresa mais bem sucedida do ramo, quando se é o melhor naquilo que se faz, o próprio poder e o próprio êxito podem encobrir o facto de se estar já a caminhar para o declínio. A negação ao erro aumenta na medida em que se vai subindo na hierarquia.
Quando se agrada a todas as pessoas não se estão a fazer grandes progressos.
As equipas vão ter de ser mexidas, mesmo nas equipas ditas “ganhadoras” esse facto deve acontecer. Tem de se ter as pessoas que falem a verdade mesmo que isso seja muito incómodo.
Procurem pessoas externas “maduras”, que após análise vos digam a verdade global da vossa empresa, não pensem que são as pessoas internas que vos vão dizer, isso não acontece.
Em Março de 2018 uma pme na área de serviços com 140 pessoas no activo, clientes com um bom grau de satisfação, vendas a crescer, procura incessante de mais e mais “nichos” de mercado, falta de estratégia futura e comunicação muito deficiente. Empresa muito autocrática.
Após estudo e análise da referida empresa e identificadas as questões, passamos ao plano de acção, que de entre várias “atitudes”, constavam perfeitamente identificadas o afastamento de duas pessoas da direcção que se encontravam em “contra vapor”.
Se não for por consultores externos e “maduros”, uma acção destas não se realiza, as empresas “secam” muito rapidamente. “Olhos de fora veem melhor que os de dentro”. No primeiro trimestre de 2019 o grau de satisfação das pessoas aumentou exponencialmente e a consequente rentabilidade do negócio.
Partamos sempre do princípio que qualquer empresa tem a dupla finalidade de âmbito social e financeiro, tem de ser gerida com o intuito da rentabilidade, quer se tratem de empresas privadas, publicas ou ipss, tem de existir responsáveis pelos seus resultados positivos ou negativos. Quanto mais ganhar, mais existe para partilhar entre os investidores e trabalhadores. Não sejam demagogos ninguém investe se não obtiver resultados a curto médio prazo.
Muito importante não se incomodem com o que pagam, preocupem-se é com o que ganham, deixem as pessoas e as equipas trabalhar e prosperar.
Para evoluir é necessário:
– Pôr as cartas na mesa;
– Discordar com ponderação, estando as pessoas dispostas a mudar de opinião, à medida que aprendem;
– Ter vias de decisão acordadas se continuar a existir discórdia, para que esta possa ser ultrapassada sem ressentimentos.
Arrisquem, voltem a arriscar.
Os cobardes nunca partiram e os fracos ficaram pelo caminho.