
Que pena ter de dizer isto e com factos, mas tenham vergonha.
– Foi ontem anunciado que a partir da data de hoje dia 17 de Junho de 2021, se poderia tirar o certificado de vacina covid digitalmente. Alem de todo o mal que esta pandemia tem gerado, e que tem apoquentado tantas pessoas, tanto física como psíquica, quando ouvimos e vemos uma noticia destas, “corremos” para a internet de modo que quem já tenha sido vacinado, como é o meu caso, consiga obter o respectivo certificado digital.
Na área do cidadão do SNS, aparecem três modos de autenticação; chave móvel digital, cartão de cidadão, utente de saúde. Nas duas primeiras opções aparece “não foi possível processar o seu pedido”, na terceira opção “ocorreu um erro na sua autenticação”.
Mais uma vez, criam a ilusão e depois a frustração por incompetência, responsáveis não existem, ou mais uma vez “o sistema não aguentou devido ao elevado numero de pedidos”.
– Faz hoje quatro anos que morreram muitas pessoas devido aos incêndios. O que mudou, nada, mas nada mesmo, bem pelo contrário, para quem anda fora das grandes cidades, para quem vê os matagais estatais e autárquicos que continuam por limpar, continuam a existir verdadeiros “barris de pólvora” que são da responsabilidade do Estado que ordena sem dar exemplo.
– Confrangedor, ver ou ouvir a falta de sentido de comunicação de pessoas que antes de entrarem para a vida partidária / politica, deviam ter uma formação de como comunicar. As conferências de imprensa ou como queiram chamar de uma “rapariga”, que perante as camaras não consegue ter uma postura que transmita confiança, bem pelo contrário, traça a perna de um lado para o outro, faz e desfaz as pernas, as mãos estão a mexer no cabelo ou a agarrar no objecto que se encontre mais perto, não consegue ter uma postura de confiança. Pessoas desta estirpe, existem várias, muitas mais do que seria desejável, mas desses não vale a pena falar, só os próprios é que ainda não entenderam que aí se encontram servindo de “saco de encher”. Eça de Queiroz tem uma frase bastante eloquente “os políticos e as fraldas devem ser mudadas frequentemente pela mesma razão”
– Camaras, eleições autárquicas, milhões e milhões de dinheiro “deitado à rua”, o que todas as pessoas sabem e não dizem, todos prometem mundos e fundos.
São obras inauguradas que não estão acabadas e algumas não chegam a ser terminadas, dividas astronómicas de que ninguém fala. Antes de propagandearem as promessas e os feitos, mostrem as contas, depois podem falar, se tiverem cara para isso, porque um autarca deveria impor certas restrições para encorajar as pessoas a procurarem novas maneiras de pensar e agir. As empresas quando atingem um certo rácio de endividamento, tem de parar, antes de irem para o “buraco”. Porque razão não acontece o mesmo com as autarquias, e empresas estatais?
– Ninguém erra, ninguém tem a humildade de saber pedir desculpa. São pessoas que não mostram abertura em relação aos problemas, que se julgam nunca ter passado por um fracasso, que fazem bem pior, que se movem pelo desejo de o evitar, que não sentem o preço do falhar como um investimento futuro, e que quanto mais sobem na hierarquia maior negação ao erro tem, que não aprendem com a globalização dos mercados, com os exemplos que nos trazem. Coitados.
O que me causa maior transtorno e aflição é as pessoas não perceberem que para alem do fracasso absoluto, o maior erro é a camara de ressonância em que vivem que só escutam o que querem ouvir, estas atitudes vem de quem deveria dar o exemplo, de quem “contamina” o mercado.
Vem aí muito dinheiro, mas o regabofe vai começar, dinheiro para tapar buracos do Estado “big brother is wacting you”, dinheiro para empresas sem viabilidade alguma que nos vão custar uma imensidão, em vez de fazermos como Espanha e Grécia que injectam dinheiro directamente nas empresas, que vão aumentar a sua produtividade e rentabilidade, de modo que geram e pagam mais impostos, alavancando a economia.
Esquecem um principio fundamental, que por mais do que vez já se registou em Portugal, de que o Estado é o apoio do motor da economia, e não o motor em si. Vamos ter de cair mais uma vez para se provar este facto?