- Não vai para a politica quem quer mas sim quem pode.
- Os que querem e não podem , iniciam-se nas juventudes partidárias, seguem para as autarquias, empresas públicas, parlamento, para chegarem ao “poleiro”. Tudo errado.
- Na conjuntura actual, ninguém quer perder a sua credibilidade e deixar de ter cv, para passar a ter “cadastro”.
- O Estado não é uma “pessoa de bem”.
Porquê estes factos?
Vivemos uma época em que algumas pessoas se pensam acima de todos os princípios éticos e morais julgando-se “superiores”.
Vivem na doença do divinizar chefes, apaparicando os “superiores”, esperando obter a sua benevolência. São as pessoas do carreirismo e do oportunismo, pensando unicamente no que têm de obter, e não no que tem de dar. São pessoas mesquinhas, infelizes e inspiradas tão somente pelo seu fatal egoísmo. Sentem-se imortais, imunes e indispensáveis.
É bom ter as pessoas certas conosco, mas é ainda mais essencial manter as pessoas erradas por longe.
A dita geração mais preparada de sempre mediante palavras de algumas “inteligências”, não está preparada para a vida real do dia a dia, e este é um grande pormenor que merece uma maior reflexão.
Dados de censos 2021, Portugal tem 2.424.122 pessoas com mais de 65 anos, e 1.331.396 com menos de 15 anos. Há 5.500.951 pessoas com idades entre os 25 e os 64 anos (53,2% do total da população) e 1.088.333 com idades entre os 15 e os 24 anos (10,5%).
O número de pessoas com 65 anos ou mais aumentou 20,6 por cento nos últimos 10 anos, representando 23,4% da população portuguesa.
Para além da minha vida pessoal e profissional, sou voluntário de várias causas, sendo que numa acompanho pessoas que, devido à idade ou ao seu estado de saúde, se encontram em fases menos positivas da vida.
Muito me incomoda o isolamento das pessoas, umas devido a circunstancias da vida, outras porque a “Família”, a sociedade assim os atira para o isolamento. Os meios de comunicação mencionam os cães, gatos e outros animais ao abandono, e as pessoas, as pessoas, as pessoas?
Em Junho de 2020, escrevi um artigo “serviço cívico obrigatório para rsi e desempregados” em que expus, a minha opinião, sobre o tema. Hoje penso que é fundamental que além dos rsi e desempregados terem uma actividade em prol da sociedade, também os reformados de um outro modo devem ter uma actividade.
A pior postura que se pode ter e que, nos corrói interiormente, é a de não fazer nada. Pode ser bom 1, 2 meses, mas depois, desculpem o termo “mata”.
É natural que as pessoas quando chegam à idade de reforma, pretendam dar esse passo, isto porque as pessoas não tem confiança no Estado e o pensamento que fazem “mais vale este que fica já assegurado, do que continuar à espera, porque não sei o que vai acontecer no futuro”.
A maior parte das pessoas tem reformas muito baixas, e o Estado deveria fomentar que, sem perderem as suas reformas, voltassem ao mercado de trabalho, de modo a poderem aferroar algum dinheiro, terem a cabeça ocupada, e fazer bem à sociedade.
Mesmo em idade avançada todos gostam de aprender, escutar palavras de incentivo, que reconfortam, consolam, fortalecem e estimulam.
E é aqui que o Estado deveria entrar fomentando que os reformados voltassem a entrar no mercado e há tanta coisa para fazer….
É um mercado de 23,4% da população portuguesa com um enorme potencial.
Porque no privado na economia real, estes exemplos já se vão passando, não tanto como o desejado, porque muitas vezes as empresas (pessoas) tem receio de serem “abanadas”.
Os menos novos servem-se da sua experiência (assunção de erros praticados), para partilhar conhecimento. Tem de se reinventar, deixam de ser a Senhora Engª. ou Senhor Dr., para passarem a ser o António, Madalena, Pedro, Maria, etc, etc, deixam de ter o lugar à porta, passam a não ter o seu lugar de conforto, deixam de ter uma quantidade de coisas passando a ter uma quantidade infinita de outras valências.
Estas pessoas são feitas de recordações das imagens de muitas coisas vividas e, marcadas pela experiência e pelos anos. Se os mais novos se enraizarem nos sonhos dos menos novos, conseguirão ver o futuro, poderão ter visões que lhes irão alargar horizontes e mostrar novos caminhos.
As pessoas menos novas trazem a sabedoria de que não se consegue unir pontos só a olhar para a frente, só os conseguimos unir a olhar para trás e retificar, para o futuro.
Os menos novos partilham a ideia, em que apenas, e só numa circunstancia, é justificável olhar uma pessoa de cima para baixo: quando estamos a ajudá-la a levantar-se.
Os dias de partilha de conhecimento e valências nas empresas, bootcamp, team building, são extremamente importantes, mas quantas as empresas que na sua estratégia, tem o propósito de fazerem a acção social de acompanhamento das pessoas, em vez de atirar dinheiro para cima dos assuntos. O dinheiro é importante, muito importante, mas o apoio “cara a cara”, é o mais importante, e o que se aprende não é quantificável.
E isto é liderar, é ter visão, é ser exemplo, é criar um clima em que a verdade seja escutada, e em que se enfrenta a brutalidade da realidade.
Liderança é a capacidade de tornar os outros “importantes”, melhores como resultado da nossa presença, e de nos certificarmos de que o resultado dura na nossa ausência.
“Estamos a inventar o futuro, estamos a mudar o mundo – outra vez – e preciso de estar rodeado das pessoas em quem confio. Não quero uma catrefada de lambe botas, quero pessoas talentosas como tu, que estão dispostas a enfrentar-me e a dizer-me quando estou errado” Steve Jobs quando após dezassete anos voltou a trabalhar com John Couch