
As empresas são constituídas por pessoas, logo são as pessoas que as tornam “ocas”.
E o que é uma empresa “oca”?
É aquela em que as pessoas se julgam e se pretendem tornar extremamente importantes, não pelo valor intrínseco que até podem e devem ter, mas pelo “lugar” que ocupam.
Não são os “lugares” que fazem as pessoas mas sim exactamente o contrário, são as pessoas que fazem os “lugares”.
Existe alguma tendência de pessoas pouco preparadas e de fraca consistência chegarem a este estado “oco”, e de pelo seu exemplo existir o perigo de as empresas por si “geridas” ficarem “ocas”. Pessoas que tem tendência a criar as suas camaras de ressonância, onde pessoas que pensam da mesma forma, se entusiasmam ao escutarem-se apenas uns aos outros.
Isto reflete-se nas pessoas devido ao seu presumido grau de importância, deixarem de responder às solicitações, deixarem de responder a mails, devolver chamadas, passam a viver numa “bolha”, só que esse estado pode rebentar.
As pessoas que realmente sobressaem, e que são lideres importantes, são pessoas normais, que tem a sua vida pessoal, que gostam de se relacionar, que tem as suas rotinas, que tem o seu mundo, que sabem gerir o seu tempo, que não esquecem o seu passado, bem pelo contrário servem-se do mesmo como “muleta” do seu futuro.
Os lideres não tem todos grandes ideias, eles dão o suporte a quem quiser contribuir, não alcançam grandes feitos isoladamente, inspiram as pessoas a unirem-se no bem comum, nunca começam por aquilo que é preciso ser feito, começam pelo PORQUÊ de precisarmos de fazer as coisas.
Uma das atitudes mais importantes de um líder é dar aos seus liderados tudo aquilo que o dinheiro não paga.
A liderança durante uma crise tem duas fases distintas. A primeira é a fase de emergência, em que é necessário estabilizar a situação e ganhar tempo. A segunda é a fase da adaptação, quando se enfrenta as causas subjacentes da crise e se constrói a capacidade de prosperar uma nova realidade.
Precisamos de empresas que pensem com visão ampla e levem por diante uma reformulação integral, abrangendo num diálogo interdisciplinar os vários aspetos da crise, capaz de reformar as instituições, coordená-las e dotá-las de bons procedimentos, que permitam superar pressões e inércias viciosas. O passado deve ser nosso professor não nosso dono.
Precisamos de empresas com atitude mental progressiva, que fomentem e valorizem a aprendizagem e a perseverança, e não apenas o génio ou o talento inatos, que saibam dar feedback, que acolham, protejam, promovam e integrem as pessoas mediante avaliações contínuas.
Mérito, mérito, mérito atrai as pessoas capazes.
Precisamos de empresas que assumam os seus sucessos e os insucessos como ponto fundamental para obter mais sucesso.
Empresas que tenham uma nobre vocação, orientada para produzir riqueza e melhorar o mundo para todos, em que cada pessoa é chamada a promover o seu próprio desenvolvimento, e isto inclui a implementação das capacidades económicas e tecnológicas para fazer crescer os bens e aumentar a riqueza.
Empresas abertas a pontos de vista divergentes. Pôr as pessoas da equipa executiva a ouvirem e aprenderem umas com as outras, promover debates para se chegar a soluções colectivas, trazer o conflito ao de cima e usá-lo como fonte de criatividade.
Não precisamos de empresas “ocas”, em que os seus gestores ou CEO, pretendem tornar-se patrões e não lideres, que ostentam o poder em vez de se transformarem a si próprios e ás suas equipas. No mundo de hoje o trabalho de um executivo já não é de comandar e controlar, mas sim de coordenar e cultivar as acções dos outros.
Não precisamos de empresas “ocas”, que tem como principio a antiga piada soviética; “Eles fingem que nos pagam, nós fingimos que trabalhamos”, que mostra a lógica que o salário a pagar aos trabalhadores para que cumpram a sua missão terá de ser alto o suficiente, de modo que estes sintam que se forem despedidos, são realmente muito prejudicados. É o que os economistas chamam de salário de eficiência.
Tal como nas empresas não são os países que acumulam capital, são as pessoas que o fazem.
“Não creio que as empresas devam lidar apenas com coisas comerciais. Para mim, a empresa nada é mais do que um grupo de pessoas. Se as pessoas devem ter valores, então, por extrapolação, uma empresa também deve ter valores” Tim Cook