
O desconforto da discordância que existe nas empresas é um ruído em que a maioria das organizações prefere consenso e harmonia a divergência e conflito. Os procedimentos em vigor parecem muitas vezes ser expressamente concebidos para minimizar a frequência da exposição a discordâncias, e quando essas discordâncias ocorrem, resistem a justificá-las. Sempre que há formulação de um juízo há ruído, mais do que seria de esperar. Só que é com esse ruído que as empresas crescem e prosperam.
Claro que o ruido pode causar enviesamentos, alguns positivos e outros negativos, só que as pessoas que tomam decisões finais, tem de estar empenhadas em lutar contra os mesmos. Tem de ser os decisores a iniciar o processo de observação de decisões, e a apoiar o papel do observador.
A persepectiva externa do papel do observador, só pode ser negligenciada em problemas muito simples, quando as informações disponíveis apoiam uma previsão passível de total confiança. Quando é necessário (e é sempre necessário), um juízo sério, a perspectiva externa tem de fazer parte da solução.
A ausência de ruido pode criar a desmoralização, que por sua vez é em si mesmo um custo, que leva a fraco desempenho. Claro que se deve conseguir reduzir o ruído ocasional enquanto continuar a estar abertos a novas ideias, com regras bem definidas. As regras simplificam a vida e reduzem o ruído. Porém, os padrões permitem às pessoas adaptarem-se às caracteristicas da situação. Muitas vezes, usamos padrões quando devíamos adoptar regras – simplesmente porque não prestamos atenção ao ruído.
As empresas necessitam de pessoas inovadoras e criativas e estas precisam de espaço.
As pessoas não são robôs. Seja qual for o seu trabalho merecem algum espaço de manobra. Caso se encontre limitado, pode não ser ruidoso, mas não se divertirá muito e não conseguirá fazer valer as suas ideias inovadoras e originais.
Um sistema isento de ruído bloqueia a empresa. Não tenham medo de o criar, de modo que as empresas se incomodem a desacomodar-se para inovar e prosperar.