
No passado dia 10 publiquei um artigo “gestão do tempo”, hoje volto a esse tema sobre uma outra perspectiva, baseada em estudos recentes, o tempo do CEO.
Partamos do princípio de que o CEO (chief executive office), como principal operacional da empresa tem de dar exemplo, na sua gestão diária, e que as empresas tem no mínimo uma dupla finalidade, uma organização híbrida, com a preocupação financeira e social, financeira porque tem de ganhar dinheiro com o serviço e satisfação dos seus clientes para se sustentarem, e social na satisfação dos seus trabalhadores.
Devem concentrar-se em quatro práticas-chave de gestão: definir e monitorizar os duplos objectivos; estruturar a organização de modo a apoiar ambos os objectivos; contratar e socializar os colaboradores para que os abracem; praticar uma liderança dual.
Na minha opinião temos de ter sempre em consideração que as empresas só podem ser grandes se os trabalhadores estiverem dispostos e forem motivados a expressarem as suas opiniões.
Fazer perguntas é um instrumento com um poder único para libertar o valor das organizações; gera aprendizagem em troca de ideias, alimenta a inovação e a melhoria do desempenho, constrói relações e confiança entre membros da equipa, alem de poder mitigar o risco nos negócios ao descobrir fossos e riscos imprevistos.
Com as respostas, fazer uma lista das incompetências das organizações, de modo a podermos tornar as mesmas em pontos fortes, considerarmos com muita veemência de que as pessoas são “obrigadas” a fazer parte da solução e não a questão, encorajá-las a procurarem novas maneiras de pensar e agir.
A obrigatoriedade de existir uma transparência operacional, não só aumenta as vendas como aumenta a autoconfiança e satisfação das pessoas. Encorajar que os trabalhadores façam perguntas, é muito importante para criar um ambiente onde as pessoas se sintam seguras a levantar questões difíceis.
Quando os trabalhadores veêm alterações no pensamento e nos processos em resultado das suas perguntas, sabem que o que dizem é valorizado.
O CEO deve ser o rosto interno e externo da organização nos bons e maus momentos, ter a sua “porta aberta”, é um investimento na transparência e motivação das suas equipas.
Num estudo da Universidade de Harvard, em que participaram mais de 300 CEO, em que se analisaram mais de 60.000 horas de trabalho dos referidos, chega-se à conclusão, que em média estes trabalham 9,7 horas do dia útil, cerca de 47% do seu trabalho se realiza na sede da empresa, sendo o restante em contactos com os clientes, ou a escutar os trabalhadores em outros locais da empresa. Dormem uma média de 6,9 horas por noite, e fazem uma média de 45 minutos de exercício por dia. Passam metade do seu tempo disponível com a família, sendo o restante a ler ou a ver televisão.
Do tempo que passam nas empresas, ocupam 61% nas conversas cara a cara, para auscultar a opinião dos seus trabalhadores, e 24% em comunicações electrónicas. A maioria dos emails são delegados devido aos seus temas. Beneficiam com a partilha da sua agenda, 75% do seu tempo é calendarizado. Dão sempre as boas vindas a qualquer trabalhador, ou cara a cara ou por conferência. O tempo que investem na sua rede de relações pessoais, é um tempo muito bem empregue, as suas reuniões que em média demoravam mais de 1 hora (32%), foram encurtadas para 15 a 30 minutos, tem uma agenda clara e as pessoas vem preparadas para as mesmas. As reuniões individuais são as mais comuns, cerca de 42%, seguidas de reuniões de 2 a 5 participantes (21%). Os CEO tem como objectivo reunir-se cara a cara com um cliente por dia.
Copiar para melhorar é sinal de inteligência, podemos sempre inovar com a certeza de que se errarmos podemos assumir e retroceder para avançar.
“Tento ser confiante o suficiente para convencer as pessoas de que comando, mas humilde o suficiente para perceber que vou, muitas vezes, estar errado.”