
Os crocodilos são animais conhecidos por estarem sempre com fome, e que para os “amainar” tem de se lhes dar comida.
Este reptil, vem à ideia na sequencia das eleições que decorreram há pouco. Acontece que sempre que estes actos se dão, existem de seguida uns quantos “crocodilos” que se mantinham nas suas funções autárquicas, e que devido à perca dos mesmos tem de se “fazer à vida”. Mas será que assim acontece? Pois, assim deveria ser, mas na realidade não é o que acontece. Vem então as empresas estatais autárquicas, criadas sabe-se lá porquê, as publico privadas, as administrações hospitalares, as empresas e lugares fantasmas, as prateleiras douradas, os custos que ficam à de eterna, as pessoas sem competência, habilitações ou creditações para os lugares, e os impostos dos contribuintes a pagar.
E aqui começam, o que se chama dar de comida ao “crocodilo”, de modo a que o mesmo se mantenha calado.
No meio de tantas comissões que são criadas, sem aparente razão, sugiro que se crie um pequeno grupo de trabalho transversal e transparente, com um objectivo especifico, de saber e enumerar para onde se deslocam e com que motivo as pessoas que deixam a “carreira” autárquica.
Infelizmente existem muitas pessoas que passam para o sector publico / privado não pelas suas qualidades técnicas profissionais ou pessoais, mas simplesmente por se pensar que podem trazer algum poder de influência, só que tudo isso vai dar mal, porque a pessoa pode fazer hoje um telefonema, amanhã outro aos compartidários, mas a agenda esgota-se, e depois lá fica o custo.
Exemplos disto, e só para falar em dois casos gritantes, são a administração da TAP ou o Montepio, para não referir do Conselho Económico Social, em que o actual Presidente que até o ser tinha opiniões contrárias ou desconfortáveis perante o “patrão”, foi para ali “enchutado” de forma a se manter calado. Lá está deram de “comida ao crocodilo”.
Penso que como em tudo na vida aprendemos com os erros passados, mas temos de ter como objectivo, nivelarmos por cima. Existem factos comparativos em ambos os casos citados.
Quanto à TAP podemos comparar a Soutwhest Airlines. Empresa com 58.000 funcionários é lucrativa há 46 anos consecutivos, sendo companhia aérea mais lucrativa da América, transportando cerca de 400.000 passageiros dia, em voos domésticos.
83% dos seus empregados são sindicalizados, no entanto nunca existiu uma greve. Um voo atrasado é visto como uma falha da equipa, seja qual for a causa. Não é fora do comum ver um piloto a recolher lixo, ou um mecânico qualificado a distribuir sacos. As funções e títulos desaparecem, todos trabalham ombro a ombro para pôr o avião no ar. 35 minutos é o tempo médio para voltar a colocar o avião no ar, sendo o melhor da indústria.
Os salários excedem o normal desta indústria em 16 a 31%, não se estendendo aos gestores. Kelleher, CEO da empresa diz “queremos reduzir todos os nossos custos, excepto os nossos salários, benefícios e participação nos lucros”.
Quanto á banca nem precisamos de ir buscar “fora” exemplos, vejam os resultados da concorrência.
Lembrem-se sempre que as empresas e organizações existem para servir, pelo que sendo as empresas, pessoas o resultado final é pessoas a servir pessoas.
Enquanto se alimentam e degladiam os “crocodilos”, existem 7961 crianças deficientes com necessidades, que aguardam por apoios do estado.