
1-) Existiu na Alemanha em 1965 um movimento chamado de horário flexível, protagonizado por uma economista de nome Christel Kamerer, movimento este cuja finalidade foi de trazer mais mães para o mercado de trabalho.
Nos dias de hoje o horário fixo em que grande parte das pessoas trabalha não tem razão de ser.
Recentemente constatei como em pleno século XXI, a empresa “Estado” ainda funciona assim; as pessoas tinham terminado o seu trabalho às 12.45h, um trabalho louvável e esgotante, tanto físico como psíquico, mas não podiam sair porque tinham de picar o ponto às 14.00h. Perante a insistência da minha pergunta, silencio total. Tinham de estar a aguardar 1.15h, para picar o ponto….”É o Chefe, ele controla tudo…..”
Um chefe que diz que é chefe porque diariamente controla a sua equipa presencialmente, pode ser um bom empregado no sentido de ser um especialista em obediência, agora motivar a produtividade de pessoas, é mentira.
Em contrapartida, múltiplos são os serviços em que contribuintes demoram enormidades a ser atendidos, devido às pessoas terem ido tomar o café, fumar um cigarro, atender telemóveis, navegar nas redes sociais, etc, etc, etc….
Deve existir transparência operacional, porque não só aumenta as vendas (todos somos vendedores), como aumenta a confiança e a satisfação.
A combinação de horários flexíveis significa que cada vez mais pessoas trabalham fora do horário fixo, e que toda a sociedade está a caminhar para operar num muito mais longo período.
O importante é que o trabalho seja feito. O local onde o pode realizar é secundário.
O teletrabalho veio para ficar dá uma melhor qualidade de vida pessoal, trabalha-se mais e a produtividade aumenta.
Os líderes dos negócios de hoje têm de confiar e delegar nas pessoas, não comandar e controlá-las.
Quando se contratam pessoas para trabalhar, não se contrata pelas competências, contrata-se pela atitude humana. As competências podem sempre ser ensinadas e melhoradas.
Recentemente entrevistei uma pessoa cheia de competências académicas, para um lugar de topo numa referida empresa. Iria trabalhar com uma equipa de 76 pessoas. As expectativas eram grandes. Existiu uma questão, a pessoa não conseguia comunicar, nunca durante a referida conversa conseguiu olhar a direito, a sua linguagem corporal de constante defesa e intranquilidade, a sua voz e as suas mãos transmitiam uma total insegurança. Ia para a frente de 76 pessoas, claro que não entrou.
2-) Um país que pretenda ter uma economia forte tem de ter o Estado como apoio de motor sendo a iniciativa privada o próprio motor da economia.
Exemplo deste facto é o recente feito histórico da Space X.
O que é a Space X?
Empresa fundada em 2002 por um chamado “louco” Elon Musk. Empresa aeroespacial que pretende reduzir os custos de transporte espacial e colonizar Marte. Mas a questão é que foi o Estado por intermédio da NASA (agência do governo federal dos EUA) que é responsável pela pesquisa e desenvolvimento de tecnologias e programas de exploração espacial, que apoiou e estimulou a “ideia” de Musk. As boas ideias são sempre loucas até deixarem de o ser.
Musk é um homem que tem vários projectos, esteve já por mais do que uma vez perto da falência, nunca desistiu, acreditou e lutou sempre pelos seus objectivos, que até já teve projectos que não correram bem e que deixou que os mesmos caíssem.
“Acho que há, provavelmente; demasiadas pessoas inteligentes dedicadas à internet, finanças e ao direito. É, em parte, por isso que não se gera muita inovação” Elon Musk biografia oficial escrito por Ashlee Vance, livro do ano 2015 do Financial Times.
Um dos factores fundamentais nesta aventura foi a transparência de todos os processos, a comunicação horizontal de todas as estruturas envolvidas e a motivação da sua enorme equipa.
Outro importante factor, um líder não pode agradar a todas as pessoas, existem por vezes atitudes não confortáveis que tem de ser tomadas. Um líder tem de inovar e inspirar e neste caso concreto tal aconteceu.
As divergências destes dois pontos são gritantes. Num a total falta de liderança, pessoas descontentes e desmotivadas, no segundo caso liderança e delegação eficazes resultados fantásticos.
O modo como se motivam as pessoas e aumentamos a sua produtividade, é com constantes avaliações 360, em que todas as pessoas são avaliadas, com transparência e lisura.
As pessoas “de cima” têm de descer à terra, tem de ter conhecimento das causas que falam, tem de ter a humildade de dizer que não sabem, e pedir que lhes ensinem.
Não vai haver lugar para arrogâncias, a pergunta certa é muito mais importante do que a resposta certa à pergunta errada.
No futuro próximo não vão existir horários fixos, nem local fixo de trabalho, o que é preciso é o trabalho ser realizado.
Não quer dizer que a hora marcada de uma reunião de um meeting ou de uma conferencia não seja escrupulosamente cumprida, bem pelo contrário.
Numa época de crescimento lento tem de se realinhar a missão e valores das empresas, adoptar um estilo de liderança que inspire desempenho, inovação e determinação, analisando causas, dados e factos, decidindo rápido.
Necessitamos de com frequência pôr as cartas na mesa, escutar e discordar ponderadamente, estando, no entanto, dispostos a mudar de opinião sem ressentimentos. Deixar de pensar no Eu, para sermos Nós.
A pior forma de se agir como líder é tentar resolver todas as questões. Têm de se delegar e atribuir responsabilidades a quem realmente as mesmas pertencem, no sentido de que todo o processo seja acompanhado e orientado pelo líder, tem de se manter as pessoas a subir a escada da responsabilização.
Delegam-se tarefas e responsabilidades, partindo do princípio de que a maior responsabilidade é do líder.
Três “ideias”:
– A ciência política estuda os diversos arranjos políticos, sociais e culturais através dos quais as pessoas governam as suas vidas.
– A economia é a ciência social que ensina a melhor forma de utilizar recursos escassos para satisfazer necessidades e recursos humanos ilimitados.
– A liderança da gestão é a ciência winwin, quanto mais ganhamos mais partilhamos e vice-versa.